quarta-feira, 1 de julho de 2009

Crônicas Atômicas

A Inexistência das Exelências


As últimas revelações sobre os desmandos e as irregularidades do senado da república geram, em qualquer cidadão de mediana consciência política, sentimentos de várias naturezas: vergonha, raiva, desprezo, revolta, indignação.

Vergonha, sim, embora não tenhamos nenhuma responsabilidade com essa patifaria, nosso grande desejo é que as instituições nacionais nos honrem perante o mundo, para não ficarmos, nós brasileiros, na triste condição de cidadãos de uma república de piratas.

Raiva, também, porque assistimos, indefesos e inertes, à corrosão feroz dos recursos públicos e dos altos tributos colhidos.

Desprezo maior pelos “Pais da pátria” que alienam a própria honra em troca de miudezas eleitoreiras, ou que silenciam, durante muito tempo, em face da evidência dos desmandos, do excesso de mordomias e de privilégios.

Revolta e indignação, para não dizer mais, diante da gravidade das injustiças e atentados à ordem jurídica, que justificariam um “recall” coletivo, caso existisse tal instituto na constituição brasileira.

Pois, convenhamos, não há senador que se possa dizer inocente, diante do quadro de irregularidades que agora se desnudam. Haveria algum distraído que ignorasse o número espantoso de “diretores”? Dos mordomos em serviço domiciliar e privado, ou das casas funcionais postas a benefício de parentes? Os 663 “atos secretos” foram tão secretos assim, que não chegaram jamais ao ouvido dos senadores?

Em realidade, os vexames em que se afundou o senado da república não surpreendem muito, a tolerância e o compadrismo com que foram tratados outros episódios de falta de decoro antecipavam a desmoralização em que agora mergulha a casa.

As Crônicas Atômicas são exclusivas do programa Revista do Avesso.
Segunda-Feira 8 da noite. www.radiopopgoiaba.uff.br

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